terça-feira, 13 de agosto de 2013

Lúcio quer ‘convidar’ lobista acusado de operar esquema na Petrobras para depor na Câmara

por Sandro Freitas
Lúcio quer ‘convidar’ lobista acusado de operar esquema na Petrobras para depor na Câmara
Foto: Tiago Melo / Bahia Notícias
O deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB) ainda tenta esclarecer as denúncias de que a Petrobras e o PMDB operavam um esquema de propina na área de contratos internacionais da estatal, que seria comandado pelo lobista e ex-diretor da BR Distribuidora, Jorge Augusto Henrique. Após a manobra do presidente da Câmara e peemedebista, Henrique Eduardo Alves (RN), que praticamente acabou com as chances de uma CPI da estatal, o parlamentar baiano busca outro caminho para apurar o caso. Lúcio apresentou um requerimento, nesta terça-feira (13), com um pedido para que sejam ouvidos na Comissão de Minas e Energia da Casa o lobista e o ex-diretor da Petrobras, Jorge Zelada, indicado pelo PMDB para o cargo e acusado de também participar do esquema. O deputado explicou que o convite é uma prerrogativa adotada como parlamentar e não como integrante do partido. “Como sou membro da comissão, apresentei o requerimento que será votado amanhã [quarta-feira (14)]. Convidei os dois envolvidos, para que eles venham dar explicações. Espero o apoio do PMDB e do próprio PT, que também foi citado na denúncia”, relatou, em entrevista ao Bahia Notícias. 
 
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Sobre a decisão de Eduardo Alves, Lúcio evitou usar o termo "manobra", mas fez críticas aos que não apoiaram a CPI da Petrobras. “Não estou preocupado com a imagem dele [Eduardo Alves]. Os políticos não estão ouvindo as ruas, que demonstraram que querem um novo modelo de fazer política. Dizem que o povo voltou a dormir, nada disso. Estão [povo] com um olho aberto e outro fechado, mas não dormindo. Se o PMDB quer mostrar que não tem nada a ver com o fato, tem que ser o primeiro a apurar e, se for o caso, identificar e punir. O ruim é quando isso [derrubada da CPI] parte de dentro do próprio partido, se é que isso aconteceu”, disse Lúcio. No entanto, o baiano deixou clara a dificuldade em aprovar a criação da CPI, já que seria necessária uma resolução que permitisse uma sexta comissão simultânea, o que enfrentaria forte rejeição na Casa. Questionado sobre a resposta dada com exclusividade ao BN pelo secretário de Planejamento da Bahia e ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, Lúcio adotou o tom brincalhão de costume: “Que resposta? Ele não disse nada, não diz coisa com coisa”. Logo depois, disparou contra o petista, ao afirmar que o secretário pode parar de fazer campanha para 2014. “Gabrielli está se achando o quê? Ele é carta fora do baralho, não tem nada de político [na denúncia]. Já foi decidido pelo governador [Jaques Wagner], é Rui Costa [chefe da Casa Civil da Bahia, que seria o nome escolhido para concorrer ao Palácio de Ondina]. Trata-se de uma denúncia de corrupção e seja contra Chico, João, Zé... Tem que investigar e punir”, concluiu.

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